Compactação do solo em lavouras de soja

A necessidade de avaliar a qualidade do solo para que se tenha uma maior eficiência das lavouras de soja é trabalho dos produtores, pois, caso o solo esteja degradado, os poros radiculares, menores, que estão relacionados com a retenção de água e habitat de fungo são desestruturados, além dos poros com diâmetros maiores, que estão relacionados às trocas gasosas de oxigênio, gás carbônico, ao fluxo de água por infiltração, e ao crescimento radicular. Assim, práticas para saber se o solo já está compactado e a prevenção de futuras complicações se tornam atividades corriqueiras da vida de todos que necessitam aproveitar ao máximo o rendimento de suas áreas, em conjunto com a preservação do meio ambiente. Sendo de suma importância, avaliar a viabilidade econômica de práticas que necessitam alto investimento financeiro e tecnologias que muitas vezes não são entregues a todos, visando com que o crescimento radicular não seja prejudicado, assim, levando aos índices de produtividade desejados.
Para diagnóstico efetivo da qualidade que o solo se encontra, é necessário a avaliação de diferentes fatores. Dentre eles, conhecer o histórico de manejo e cultivo da área, o tipo de solo, que, em solos mais argilosos, são apresentados valores mais elevados de resistência do solo, quando comparados a solos arenosos, a capacidade de infiltração de água no solo, sendo a água, um fator de grande importância, uma vez que o aumento da densidade do solo e diminuição no teor de água auxilia na compactação, à penetração e o comportamento de crescimento e desenvolvimento do sistema radicular das plantas cultivadas, neste caso a soja, com uma compactação elevada, não consegue penetrar no solo com facilidade, deformando sua raiz, gerando uma resistência ao seu desenvolvimento.
Não são necessárias ferramentas sofisticadas para avaliar a compactação, podendo ser feita com a retirada de apenas uma planta, conseguindo visualizar seu desenvolvimento radicular, além de cavar um buraco simples, que, quanto mais dificuldade tiver em romper a barreira do solo, mais compactado estará, sendo esses métodos empíricos realizados na lavoura para nortear como está o desenvolvimento da cultura, para obtermos um diagnóstico preciso, para avaliar a real condição do solo devemos fazer testes, normalmente feito com penetrômetros, que nos permitirão avaliar a situação de compactação e definir um manejo para descompactação.
No cultivo de grandes culturas, como no caso da soja, práticas agrícolas podem promover uma menor compactação, como a rotação de culturas, incrementando espécies que apresentem um sistema radicular denso e profundo, assim, auxiliando na “quebra” do solo, além de práticas mais simples, que exigem apenas organização na movimentação das máquinas. Neste caso, avaliar a entrada e saída de máquinas na lavoura, visando à otimização de seus trabalhos, devendo evitar o uso de máquinas e implementos de grande porte e peso.
Sendo também necessário avaliar a época adequada da entrada das máquinas no campo, levando em conta a umidade do solo, devendo-se evitar as operações mecanizadas com solo molhado ou com alta umidade, ou excessivamente seco, além de sempre levar em consideração a utilização do plantio direto, que, normalmente necessita de menos movimentação nas áreas.
Um grande aliado para evitar que ocorra a compactação do solo é a utilização de pneus mais largos ou esteiras de borrachas. As esteiras oferecem um contato maior no solo, assim distribuindo o peso dos equipamentos em até 8 vezes mais que pneus tradicionais, além de possuírem uma grande durabilidade e também oferecendo um menor consumo de combustíveis na execução das atividades, a utilização de pneus de borracha mais largos causam menos compactação que os tradicionais, no entanto, a sua utilização se limita em alguns manejos, podendo causar esmagamento das culturas, devido a sua largura, além de serem mais caros e consumirem mais combustível que os comuns. A sua utilização é recomendada para a realização de preparo de solo, semeadura e colheita.
Caso o ambiente já esteja prejudicado, medidas são necessárias para sua recuperação efetiva, inicialmente, a implementação de máquinas com o trabalho de sulcador se fazem de suma importância, por trabalharem se incorporando nas diferentes camadas do solo com profundidades das mais elevadas as mais rasas, no entanto, se deve levar em consideração o investimento na compra das máquinas que façam esse serviço, além do consumo realizado pelo trator, que nestes casos necessita de uma grande potência para tracionar a mesma, sendo repercutido na produtividade. Visto que, é recomendado utilizar implementos de hastes com ponteiras estreitas (não superior a 8 cm de largura), reguladas para operar imediatamente abaixo da camada compactada. O espaçamento entre as hastes deve ser de 1,2 a 1,3 vezes a profundidade de trabalho.
Para a descompactação ser efetiva, é necessário avaliar as condições do solo, sendo preferível com baixa umidade, pois em áreas mais úmidas haverá maior tração exigida pelo trator, além de riscos de atolamento. Outra medida para a descompactação do solo é a rotação de culturas mesmo com ele já compactado, sendo básico alternar entre espécies diferentes de mesma estação, como o milho e a soja, pois o solo acaba se dividindo em duas partes, a superficial com nutrientes e materiais orgânicos e o subsuperficial, compactado que não retém e nem disponibiliza água para a planta.
O controle da compactação é de suma importância para boa utilização do solo, visando atingir altas produtividades em conjunto com a preservação do meio ambiente. Caso queira saber mais sobre o assunto, a fim de combater a compactação já instalada ou prevenir futuros empasses na sua produtividade ideal, entre em contato com a ECAPE que podemos te ajudar!
Referências:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/descompactacao-do-solo-na-semeadura
http://www.cnpt.embrapa.br/publicacoes/sist-prod/cevada02/cev5-1-3.htm
https://maissoja.com.br/solo-compactado-diagnostico-prevencao-e-manejo2/
https://blog.mfrural.com.br/compactacao-do-solo-pneus-agricolas/
https://rehagro.com.br/blog/compactacao-do-solo/
https://www.canalbioenergia.com.br/compactacao-do-solo-como-evitar-e-corrigir/